Lembro-me da minha rua crescer,
Mas não me lembro do meu crescer.
Não tinha tempo.
Enquanto a minha rua crescia
Eu via apenas o novo que havia
E queria a sua vida.
Nem tive eu tempo p’ra minha.
Hoje desci à minha rua meus olhos
E lembrei-me do entardecer, demorado
Em Estios, e quando me invadiam choros.
E pensei que chorei tudo em criança
E chorei como chorava de infância.
Os filhos que nesta rua
Acordavam com o Sol nascer,
Hoje nem sequer passam nela
Seus olhos, ignorando a raíz do seu saber.
Mas hoje, aquando o chorar,
Disse a mim mesmo:
Nasci, cresci, vivi...
E mais vos digo:
Eu ainda hei-de morrer nesta rua.
Setembro, 2007
como antes disse, é vónito
ResponderEliminarGosto, tenho que admitir que não sou amante de poesia, mas talvez isto me faça mudar de ideias.. =D
ResponderEliminarBella...
Gostei.
ResponderEliminarObrigada pela tua visita!
Bjs
Concerteza de que não há nada mais grato que as doces recordações da nossa meninice, e nada absolutamente mais comovente do que o retorno ás nossas raizes. São essas memórias vagas, indelevelmente apagadas pelo caminhar do tempo, dolorosas ou saudosas, que expõem o bom ou mau caracter que nos faz ser, hoje. Muitas felicidades.
ResponderEliminarEste poema está fantástico.
ResponderEliminarGostava de o postar no meu blog. Posso?
Abraço
já está... anda daí ver e segue o conselho da Ki :)
ResponderEliminarExcelente poema.
Obrigada